quinta-feira, 5 de abril de 2007

A Mente Livre

Em meio às metáforas, idéias vão surgindo. E a mente livre abre caminho para uma explicação óbvia. Esses dias na van da faculdade, troquei algumas idéias com certa “criatura” que diz ser totalmente programado. Na real, o cara não usou o termo: “Sou programado!”mas as palavras dele enquanto se descrevia me fizeram pensar: “bah, queria ser assim!”. Ele é totalmente objetivo, não perde tempo com bobagens e ocupa a mente com tudo de mais produtivo que seu ciclo de vida oferece cotidianamente. Aproveita o tempo da van para ler, nas raras vezes em que conversa com os companheiros de viagens seus temas são sempre analíticos e um tanto questionadores. Nota-se uma vontade de incluir em cada estória um dado, uma informação extra.
E eu sempre tão hilária nas minhas colocações me senti um tanto quieta naquele dia, representei a ouvinte e lembrei em silêncio de uma frase que criei no perfil do meu orkut: “Tudo que difere do todo é no mínimo questionador e incentiva a opinião crítica.” Observei e confesso que tive o cuidado na hora de pronunciar meus pensamentos. Na verdade, aceitei tudo que ele falou sobre ter um diferencial e substituir ações não produtivas por atividades mais interessantes e positivas – como a leitura, planejamento, organização. Depois parei para pensar e percebi que ele perde tempo sim com algumas tentativas de acertar sempre. Perde a diversão e a oportunidade de gargalhar por bobagens, relaxar. A vida não pode ser tão séria. É produtivo saber um pouco de tudo, mesmo que pareça futilidade. Alguns assuntos por menores em importância nos fazem refletir sobre o comportamento em diversas situações – basta direcionar a mente para tirar deste ou daquele “evento” algo que acrescente experiência.
Costumamos guardar na memória elementos que poderíamos guardar no bolso ou no caderninho de notas. Me expliquem, porque temos a mania de decorar telefones? Basta armazenar o número na memória do celular. Se pararmos para analisar – vamos nos perguntar tantos outros exemplos de armazenamentos inúteis. A mente lotada – imaginem um sinal de alerta na sua testa piscando – “Não há espaço de memória!” - metáforas!! Incrível como uma simples troca de idéias na van me fez refletir – certamente não perdi tempo e nem ocupei a mente com bobagens – esvaziei minha lixeira, recuperei arquivos importantes que estavam no oculto e deletei as incertezas e mediocridades – abri minha caixa preta e a massa cinzenta ficou cor-de-rosa. Com a mente livre, me sobrou espaço para armazenar o meu projeto de felicidade.

4 comentários:

Ricardo Machado disse...

"... tudo é uma questão de manter, a mente quieta, a espinha ereta e o coração trnaquilo..."

Leandro Molina disse...

Como diz uma velha frase: "navegar é preciso". A vida deve ser vivida com intensidade. Mas para isso não precisamos nos tornar enxugadores de gelo, que é um conceito daquelas pessoas que demonstram extrema concentração e eficácia, mas com coisas inúteis. A vida é cada vez mais frenética. Está na hora de pisar no freio e curtir um pouco o que está em nossa volta.
Bj.

Nea Iacofano disse...

Achei muito bom teu texto. Bom Domingo!

Anônimo disse...

Poxa, bom texto o seu. Boa definição para uma mente inquieta, que permanece quase sempre "lotada", com coisas desnecessarias. Parabéns, é mais ou menos por ai mesmo. Abraço!